quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Manhã
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Morena
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Vênus de Mel
Olhos cristalizado de mel.
Abelha retratista
desenhaste tão linda face,
com ferrão bronzeado do sertão,
moldando tão bela Vênus
do norte.
Qual a cor do teu pecado?
Teu pecado tem a cor
que fagulha o sol do Nordeste.
O azul cintilante da chama do mar
da ilha do amor
O mel que adoça meu viver.
Dama de olhar murmurante,
lábio entorpecente e toque embriagante.
Afrodite da cor do pecado do mel.
Olhar escarlate penetrante
como antares.
Que leve toque do teu lábio roubou
minha alma agreste.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
A chuva, a vidraça e um instante do tempo
Pronto! Cá estou pensando em Fernando. Nada demais em pensar num ex-amante. O problema é pensar que ele significou a descoberta de quem sou. Nesse momento que questiono se tudo que vivo é decorrente daquele toque, olhar e semblante. Talvez, acredito que havia algo alinhado no nosso destino, que acarretou nesse desatino de me assumir quer sou. E pensar em quem sou é caótico, tempestivo e vertiginoso.
A personalidade que edifico é como a chuva, num momento branda e suave banhando a pele ressecada das angustia cotidianas. Desta forma, trago uma essência de renovação ao abraçar o próximo. Ao pensar nessa analogia, noto que trouxe esperança ao solo árido de Fernando. Enfim, noutros momentos sou tempestade, chego sem anunciar, destruo e inundo todas as veredas do corpo alheiro, deixando a calamidade na alma.
Não acredito, por isso que Fernando sumiu da minha vida? Eu carreguei tudo de bom que habitava nele, inundei sua vida de esperança, encharcando o solo de sua felicidade, a ponto de embebedar toda grandiosidade transformando num solo infértil.
Quem eu sou? Nesse momento de reflexão ocasionado pela chuva que desejo o latente nos céus convidando a viver o que não sei de mim. Bocejo na vidraça e apago os desenhos e as recordações, enrolo nos lençóis com Rodrigo e assisto a um filme. Amanhã noto que algo novo pode recomeçar como uma bonança que adentra a fresta da janela.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Alquimia
domingo, 16 de outubro de 2011
O Barulho e o Silêncio
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Mormaço
ADEUS AMOR
é companheiro da cama,
e ao cobrir com o lençol
a saudade lhe desperta.
Onde está o nosso amor?
Carregaste contigo ao dizer adeus,
quando levaste as manhãs de amor
e as canções que tanto dediquei.
Despiu-se das frases românticas
e evaporou como a lágrima indelicada
que cursa o destino plantado
na origem da sua causa.
Não desejo suas palavras cristalizadas,
emolduradas nas imagens de espelhos.
Se partir, traga honestidade na voz,
no olhar e no tempo.
Não me abrace e partas depois,
o corpo anseia por aprendizagem
da solidão, do vago, do nunca mais...
Permita-me ao costume de não lhe ter.
sábado, 24 de setembro de 2011
Entre
Entre o intervalo
Existe o silêncio e o vazio.
Entre minha boca
E sua boca existe o vácuo.
Entre o muro
E o seu corpo existe minha mão.
Entre o pensamento
e o falar existe um esconderijo
...onde guardo tudo que sinto expressar.
Entre a vida e a morte
Existe o instante de tudo.
...o passa nesse momento é chances perdidas.
A chance de silenciar, beijar,
apertar você e arriscar.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Construção e Constelação
e a constelação
existe o céu
e o arranha-céu.
O arranhar da língua
no céu da boca
ou o arranhar da boca
no céu da moça.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Ancorar
Liberta-me das amarras de suas pernas
Ínsita, o navegar das minhas mãos
nos mares da sua boca
ancora seus suspiros
no porto do meu ouvido.
Umedece a proa dos seus seios
nos mastros dos meus dedos
hasteando os desejos navegantes
no cais do meu corpo.
domingo, 28 de agosto de 2011
Libertas
despimos de tudo que nos aprisionávamos...
primeiro a verdade,
depois o medo,
em seguida o amor,
e ficamos nus de tudo que tínhamos em nós,
que nos cobria e revestia de humanidade.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
GEMINIANO & CAPRICORNIANO
Porque tudo é caos e sinergia
na mutua comunhão do zodíaco.
Eis que a paciência e o amor
o relógio da espera geminiana
gemina na esperança capricorniana
de apaixonasse e ao tempo entregasse.
Na calmaria das fases da lua,
nas ave Maria rogada na pressa.
O habitual desabitua na frustração
do relacionamento desastroso.
Na duvida da entrega do corpo,
a alma na volúpia ilimitada da paixão.
Eis que a demora capricorniana
tende a machucar nas recusas.
Alan Félix
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Iemanjá
Quais os segredos
migram do teu mar
Iemanjá.
Fevereiro
é tempo de flores
voando nas ondas do mar.
É tempo de banhar-se
em suas águas
e saudar com cânticos.
Odo Iyá.
Odo Iyá.
Odo Iyá.
No abebê (olhos marítimos)
refletem o azul do celeste,
e as águas viram espelho de deus.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Maquinário
para fazer arte.
O homem criou máquinas
para satisfazer as suas necessidades.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Tanto Mar
Tanto mar ia
Tanto mar vinha
Tanta maravilha
Tonto do mar eu ia
Tanta maresia
Tanto mar na ilha.
Alan Félix
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
sábado, 30 de julho de 2011
Vida sustentável
No microondas esquento a esperança a cada manhã, a marmita que se arrasta pelo dia e qualquer outra desilusão que possa beber juntamente com o café amargo do bom dia. Tranco a porta de tudo que sou, e vou fechado ao trabalho, a vida, a agonia, a rotina e termino na cortina do banheiro tomando uma ducha.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Pressentimento
o samba
nos versos dos seus passos.
Deixe-a dizer que é
bamba
e que ama qualquer pessoa (que cantar o seu samba).
Deixe-a cantar baixinho,
quase em silêncio o chorinho
que sopra da flauta dos seus olhinhos.
domingo, 24 de julho de 2011
Quem sabe isso quer dizer amor.
A bússola do coração
orienta a desorientação do amor.
As rotas são notas suprimidas
no silêncio dos olhares.
Caminho no deserto incerto
dos solitários,
colhendo desesperança perdida
em folhas de cartas esdrúxulas.
Queimo as cartas para aquecer as noites de solidão.
terça-feira, 19 de julho de 2011
O cálice
Olhos plácidos espreitam
vãos silenciosos da noite.
Onde está as divindades subterfugias
que observam os homens
O cálice aproxima-se, e vejo meu sangue tinto.
Alan Félix
sábado, 16 de julho de 2011
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Andança
É involuntário o gesto, sem perceber quando noto vigio sua presença. Lembro da tarde cansativa, das preocupações que rodeavam como sombra, e quando a distração furtava a atenção, voltei o olhar para a janela de grandes vidraças.
Rapidamente, a epifania daquela mulher debruçada olhando a multidão que devagar crescia sobre o asfalto da avenida.
A gravidade pesava lentamente nos caracóis do cabelo ruivo, e a cada balançar das mechas os campos de algodão do céu moviam-se. Caminhei entorpecido beirando as paredes, sacadas e meio-fio da rua. O coração transpirava pesando o vôo dos pulmões.
Assim, toda tarde caminho naquela avenida, percorro aquela rua, espreito aquela janela na esperança de abraçar-la novamente num olhar.
Carta sem destino.
Hoje acordei com a noite invadindo meu quarto, me assustei com o chamado dela.
Apresentava-me cama vazia ao lado.
Acordava-me para ofertar a solidão que deitava no meu braço. A noite é cruel como uma ave de rapina, devora seu tormento toda noite. Infeliz, sou eu que deixei uma brecha da janela aberta. Isso porque numa noite um pássaro de asas cegas voou até minha janela.
Pensei que foi você enviando uma mensagem alada.
Ironicamente, é um daqueles pássaros que voa sem direção buscando encontrar a árvore para escapar da escuridão traiçoeira. A partir daquele dia, deixei uma brecha da janela esperançosa para que meu sonho alçasse vôo até sua cama.
Na verdade, espero que seu corpo de bem-te-vi alce vôo até minha janela para bem me vê. Meu bem, nos precisamos nos ver antes que o dia consuma a noite, e a cortina que protege meu corpo da luz do sol, impeça sua chega a mim. A cama ainda permanece vaga.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Culpa original
Quando a maré dos olhos,
minguar a saudade do corpo,
e a cálida flor do sonho dispersar como as nuvens a exausta canção dos bardos.
Lembre-se,
a lembrança é forjada com o fogo da dor
e o ferro da tristeza.
A vida é uma invenção
de sentimento descoberto na mordida da maça
- e nos expulsa do Elísio a cada manhã.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Coração Troiano
A vida pesa mais que uma medida, e vivemos na balança do acaso. O que ocorrerá ou deixou de ocorrer é apenas fatos do que nunca existiu. A cada dia empunhamos o coração troiano na lança: guerreamos ou amamos. Eis a dúvida, a vida, a dúvida novamente. Tudo provém dos temores e dos tremores da alma, esse corcel assustado galopando na vértebra do medo.
domingo, 19 de junho de 2011
Não te consigo inventar.
O que sobra é o cheiro da partida na rua; o tom marrom das folhas mortas nas avenidas, os bancos carente das praças ansiando por idosos.
O espantoso é a chuva.
A chuva que emudece o dia, outro dia, e adia a serenata dos pássaros na janela das casas. As janelas cerram os olhos na esperança que as lágrimas lentas do céu não molhem o quarto, a cabeceira e o corpo hibernando na solidão. O preocupante na hibernação dos sentimentos é que o verão demora a chegar.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Eu, você, nosso chá e dois biscoitos
domingo, 5 de junho de 2011
Insaciavél
desenha seus lábios no guardanapo
que guardo e recordo nas noites quase inóspita.
rabisca seu perfume na roupa
que envolta muda o ar desse quarto.
me marque, desejando-me só pra ti.
grave essa voz no meu ouvido
que em silêncio recita - você só pra mim.
fotografe seu olhar nesse quadro
que retrate sua alma feliz.
esculpa seu corpo no barro
que idolatrado no altar que sou “eu”.
dance seu ritmo no meu corpo
e na noite cause tremores dentro de mim.
assim, somente aqui, terei...
você junto a mim...
terça-feira, 31 de maio de 2011
Alagados
imersos na vergonha social.
O meu chão é o mar
e as mazelas nacionais.
O meu quintal é azul,
e turvas são as lágrimas dos meus pais.
Meus governantes são Iemanjá,
que protege o meu lar.
Alan Félix
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Eu, você, nosso chá e dois biscoitos
sábado, 21 de maio de 2011
Banquete
moro onde o som silencia-se,
onde a feição pode chamar de lar.
lá no selvagem campo de Deus,
na natureza infinda da voz;
na imensidão dos crimes profanos da paixão.
conjugo cantos, olhares
e mares em que possa velejar.
ofereço-me num altar
banquete para festejar a abstinência do mundo.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Tempo
o tempo é sentido na pele,
e vivo à flor da pele, ou na pele da flor?
por onde o tempo escoa?
nos canais estreitos do pólo.
entre o vão ofegante dos corpos.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Girassol
a girar nos meus dias.
Você é a lágrima do sol que acalenta
o inverno do meu corpo radiando calor
nos hemisférios da minha vida.
Você é porto seguro
para âncorar meu mundo a deriva.
terça-feira, 10 de maio de 2011
O Tango
Corpos concomitantes
na volúpia da dança.
No soar fino do violino
emerge o ardor da carne.
O entrelaçar da luxúria
no espasmo do passo.
Dois corpos dialogando
nas carícias dos sapatos.
O desejo febril dos dançarinos
no gozo tácito dos aplausos.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
PROJETO #EUSOUGAY
Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —
_____________________________ X ______________________
Querendo entender, saber mais ou participar entre no blog do #Eusougay: http://projetoeusougay.wordpress.com/
quarta-feira, 27 de abril de 2011
13 de junho
Soprou em mim todo seu canto,
estremecendo meu céu candeeiro,
as estrelas do céu da minha boca, caíram.
Num brilho efêmero das estrelas cadentes,
iluminou minha noite como uma vela,
estampou na parede do meu corpo, sua sombra quente.
E como uma cortina noturna,
cobriu meu corpo como manto dispessado
refletindo o esplendor do seu beijo, no meu corpo.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Cartas sem destino.
Querida Elnora,
O que seria da saudade caso não tivesse a conhecido.
Seria apenas uma palavra sem expressão vivaz no dicionário da minha vida.
Ainda lembro-me do sorriso iluminado que cortinava todas as manhãs de segunda-feira. A segunda-feira era sempre um mórbido enterro do tédio de domingo.
Mas depois que a conheci passou a ser um cântico hipnótico da sua voz macia de morango. O castanho dos seus olhos reluzia como a pedra âmbar. A sua pele de seda cobria meu corpo no abraço reconfortante. Aquele abraço significava força ao meu corpo. Força motriz que reviveu brasas cansadas da vida.
Escrevo a palavra adeus nos fios cacheado do seu cabelo, e carrego comigo o retrato da felicidade. A clandestina felicidade que embarcou na minha vida numa quase tarde da semana.
sábado, 23 de abril de 2011
Diálogo ao Vento
pois sou vento viajante.
- deixa o feixe da janela aberto
para que eu siga viagem nela.
- não importe-se com a saudade,
de vez em quando sopro as persianas da janela,
o lençol que lhe conforta.
sábado, 16 de abril de 2011
Cartas sem destino.
A cada dia faço da saudade uma criatividade.
Crio e recrio você no abstrato do coração. As cores na qual pinto os momentos etéreos, dependem da força pictórica na alma, e dos andaimes psíquicos da mente.
São toneladas de convulsões pilhadas no contende do coração - ocupando espaço. Organizá-lo tornou-se imprescindível, catalogá-lo fundamental, assim esquematizando eu e você. Subcategorias para armazenar novas transparências de transgressões amorosas da vida.
Transgredir é permitir desorganizações sentimentais no invólucro perfeccionista do amar, o coração. Este coração selvagem, safári hostil de estrangeiro, que sorrateiramente deixa-se colonizá-lo. Relutam enfraquecido as invasões bárbaras.
Obter esse estado independente novamente é recolher migalha do coração.
Desse modo, colando os vários vestígios de dor como mosaico para exibir artisticamente o painel da recuperação ao outro. Pergunto-me que mosaico tornei-me depois de tantos anos de decepção, o que ainda de real resta na minha alma desfigurada.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
Cachoeira
domingo, 27 de março de 2011
Arteira
Esse olhar de arteira,
mandiga de feiticeira,
ginga de capoeira,
preste a domar.
Enrolo nessa teia,
régua da asneira
que vivo a contar.
Anotar o quão distante
vivo nesse lance
de esconder o cantar.
Canto a tristeza
de toda realeza
do verso “não amar”.
Esse olhar de prosa,
verso, rima e bossa,
penetra ao olhar.
Os seus beijos meio Caymi,
Buarque e Vinicius,
sinfonia para orquestrar.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Arrepio
meu corpo
feito arrepio.
Tipo vento frio
que causa calafrio
ao calar meu frio.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Sobre Estrelas
Não sabendo de onde veio ou para onde vão.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Caligrafia
escrevo meus poemas
mais carinhosos.
Rabisco em cada curva
dos seus dedos
toda minha candura,
ternura e doçura.
Junto nossas mãos
afim que nossa linha da vida
se torne um soneto.
Quero perpetuar
na palma de tua mão
a minha caligrafia afável,
o meu verso amável sobre você.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Libidinagem
No toque libertino de seus dedos,
meu clitóris te convida,
a mexer nele como numa poesia.
Se a mão não te basta
para escrever você em mim,
utiliza sua língua mexe nele como numa rima.
Penetra sua boca em minha boca ferina,
me lambe como a uma vadia,
trás o gozo como a inspiração da noite tardia.
E quando ouvi meu gemido nos seus lábios,
e senti meu corpo pasmo,
é que já descobriste meu pecado.
(Alan Félix)