quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Manhã


Toda manhã na esquina dos seus olhos vejo a vontade sensível de abraçar o infinito. Insustentável conter o indomável enigma do amor. Todos os dias são resquícios do afeto que vivemos ontem. Às vezes remanesce algo indecifrável, impenetrável, inacessível para o presságio da existência.

A cada manhã, despedaça as sonolentas lembranças mal vividas, e os temores fúnebres da solidão. É difícil aliviar a noite murmurante de clausura prematura da nostalgia. Não somos educados em suportar as amargas vísceras da perda. O luto é uma sentinela intacta do cotidiano, conserva-se nas tardes de nossa vida para consolar a solidão.

Alan Félix.

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