domingo, 16 de outubro de 2011

O Barulho e o Silêncio


para Lorena Andrade


Sempre vivi com os barulhos das coisas: o coração batendo, a respiração ofegante, a gargalhada estridente e o beijo estralado. O barulho sempre teve uma desarmonia graciosa, uns timbres desconfortantes e irritantes. A criança quando nasce imediatamente faz baralho, é sinal que a vida foi inspirada no respirar. A tristeza trás consigo o barulho das lágrimas e o ruído do soluço agonizante de exorcizar toda dor e aflição. A chuva quando rega a terra com prosperidade e calamidade também trás consigo o som. O som é transcendental, é a origem primeira de tudo, é a gênese lancinante da origem divina. No entanto, o silêncio inebria a vida com a suavidade de suspirar. Na obra mais divina do homem, o silêncio sempre esteve presente no embriagante amor. O amor embebeda de silêncio o ser, é sorrateiro, contagioso e desassossega os barulhos do corpo e da alma, faz da surdez uma benção enlouquecedora. Por isso que amar é silenciar o coração e o respirar.

(Alan Felix)

4 comentários:

  1. Dizer o que, Alan? É isso, o amor é silêncio com ritmo e melodia.
    Outro texto adorável.
    Beijokas.

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  2. Olá estamos te seguindo se poder fazer o mesmo pela agente!
    ameii o blog muito criativo e diferente muito Sucesso aih pra você!
    Beijãoo!
    :)

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  3. Gostei do seu blog, estou seguindo,se puder, segue de volta!

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  4. Alan - sua prosa transborda poesia, cara! Adorei o seu jeito de se expressar... É único e criativo. Muito bom!

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