segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Erupção Cósmica
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Espelho
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Escultura
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Barquinho
Hoje o amor que ficar a deriva.
domingo, 22 de novembro de 2009
Quilombo
que zumbi
os palmares do meu coração.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Canto
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Ar-anha
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Feliz Aniversário Vovó
de seda embalando astros.
Aqui, onde respira a vida,
perfume de malva, silêncio de córrego
entre pedras. Ar lúcido de luz.
(Bárbara Lia)
p.s: É uma singela homenagem que posso dedicar a minha avó.
sábado, 14 de novembro de 2009
Cartas sem destino...
Querida Elnora,
Envio-lhe uma carta, e desta carta existirá outras cartas.
A carta é a simbolização do laço frouxo em nós.
Ontem a noite emanava sexo e amor. O cheiro de ambos mesclava o suor e a respiração ofegante, fluindo nas paredes do quarto, impregnando as velhas rachaduras de amor, sexo e delírio.
Demarcávamos nosso limite com gritos, gemidos e gozo, transcendíamos as delimitações impostas pela timidez momentânea do ato.
É quase impossível distinguir nossos corpos, teu dedo entrançava-se nos meus, tuas pernas enlaçava-se nas minhas, tua boca tecia-se na minha boca. Os nossos corpos encaixavam-se divinamente um ao outro, éramos hóstia e vinho ofertado em momento sagrado.
A tonelada do meu corpo aliviava-se sobre o seu corpo com violência e ternura, o meu prazer deslizava vagarosamente para dentro de você, delicadamente, como deveria ser o amor da alma e do corpo.
O gemido emitido por você ecoava nas cavernas de minha pele.
Tornamos um corpo, enquanto sua voz despedaçada murmurava os arrepios que meus lábios criavam quando afagava sutilmente os teus seios. Novamente estava habitando dentro de você, e você remexia o quadril e pressionava a vagina para melhor me senti habitando os salões vagos do seu prazer.
Assim, juntos, adormecemos sobre os lençóis de nossa pele.
Quando amanheceu estava sozinho na cama, havia um bilhete dizendo o seguinte:
Querido,
Você é um beija-flor que invadiu meu jardim numa tarde primaveril, bailando, pousou na minha flor (coração) bebendo o nécta do meu amor. Contudo, na vida tudo é perecível. O outono chega trazendo aquele frio rigoroso, quando menos esperamos é inverno, e as pétalas da flor caem, a flor murcha perdendo toda a substância que alimenta a vida.
Eu sequei a cinco semanas, e os únicos fluidos que escorre do meu coração é a traição em não lhe dizer a verdade. Assim, deixou um ADEUS.
Lendo este bilhete, resolvi deixar-te livre para florescer em outros campos, porém rasgo minhas palavras em gotas d’água para regar você novamente, ou seja, periodicamente mandarei cartas nostálgica, saudosista e informativa sobre mim, minhas lembranças e o meu amor.
Até logo, querida!
(Alan Félix)
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Os Mares
O teu pênis
submerge nos mares denso
do meu ventre.
Adentra
o abismo inexplorado
por outros corpos.
Afunda
nas águas mansa
da minha vulva.
Alaga
os vãos secos
no teu gozo.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Cartas sem destino...
Querida Elnora,
A enorme esfera branca no altíssimo, parecia os olhos graúdos da tua face. Era o seu olhar imenso sobre o meu minúsculo corpo.
Lembrei-me das noites no cais da cidade em que morávamos, a lua deitada sobre o espelho do rio, abrindo uma trilha de tapete branco igual aos grãos de arroz que abençoou nossa união matrimonial.
Recordo-me do seu vestido branco igual à neve que nunca vi, mas imagino um dia sentir acariciando minha pele num inverno suíço ao seu lado.
O inverno já passou por mim, a camada de gelo que cobria minha pele derreteu com a chegada do calor dos teus abraços. Esses abraços que você oferece são como a primavera beijando suavemente a boca dos Alpes congelados pelo frio rigoroso, há muito tempo o meu corpo estava congelado esperando as sementes quentes germinarem no encontro de nossas peles.
É bom falar do abraço da pessoa amada, porque o abraço é o encontro invisível da alma, é quando os poros dilatam escoando substâncias fluidas do íntimo, e que nasce da fonte límpida da alma.
Quero sentir novamente tua alma nua fundi-se a minha alma.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Efervescência
entre os peitos de cetim,
trilhando na efervescência da pele
o teu caminho.
guia-te
cegamente nos intervalos
do teu corpo.
virgens do tua cintura – segue a sul
brotando no meridiano
do teu desejo.
escorrendo para o canal espesso
da tua vagina.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Excesso
corpo escultural, profissional sigilosa.
Telefone de contato: (71) 8318.3352
Depois de um breve acordo com a prostituta fechei o programa por cem reais.
Em quarenta minutos a campainha tocou e me arrastei entre os escombros da minha ruína domiciliar. Eu a recebi e apontei para que se sentasse no sofá.
Durante o estranhamento dos primeiros olhares trocados “one” de Metallica tocava, era como uma serenata perturbadora em minha alma.
A prostituta com olhos de harpia analisou todo o espaço, notou a imensidão desértica com aves carniceiras em todos os cantos. Aproveitou o momento em que eu trancava a porta e cheirou o pó branco que repousava sobre a mesinha de centro.
Dirigi-me até o frigobar, peguei uma cerveja e ofereci a madame que estava em meu sagrado sofá. Recusou-se exigindo uma bebida quente para animar, uma Martine, conhaque ou vodca. Aquele olhar de desdém libertou-se das minhas pupilas dilatadas.
Providenciei uma dose de vodca vagabunda, servi.
Entreguei a bebida a prostituta, sendo logo direto no meu monologo:
– Quero serviço completo!
A mulher me olhou e pediu para trocar a música, conversar um pouco, beber juntos.
A murdez do silêncio infestou a sala, a mudez se apresentou como a melhor resposta para aquelas exigências da mulher, ou melhor, da prostituta.
Meu pênis foi posto ereto para fora já incontrolável e de maneira bruta, como a situação exigia que eu fosse, segurei o cabelo daquela mulher e fui direcionando-a ao encontro de meu membro pujante. Com a boca escancarada mergulhou meu pênis o mais profundo que pode em sua garganta, ate que a ânsia de vomito viesse se apresentar.
Ajoelhou-se e manteve o ritmo ditado por mim, e eu a segurava tão forte que na pele dela tinha marcas dos meus dedos.
Chupou-me dedicadamente, várias vezes, e cada vez a intensidade aumentava.
Se tivessem oportunidade os gemidos seriam ouvidos ate dentro de outros apartamentos.
Eufórica, começou a tirar a roupa, eu ergui sua cabeça e a marquei com um tapa deixando sua face avermelhada. Ela revidou com a mesma intensidade. Tiramos a roupa.
Carreguei-a e lancei-a sobre a mesa de jantar que ficava na sala, meu pênis faminto saiu dilacerando ferozmente a vagina e depois o anus da puta.
Minha casa deixara de estar deserta, alem da Metallica, tinha os gemidos de uma mulher que eu fiz gozar. Os nossos corpos compuseram uma orquestra de sons variados, quase uma ópera do prazer, nem os maiores gênios da composição conseguiriam escrever as partituras que nos dois produzimos nessa casa escassa.
(Alan Félix)
sábado, 7 de novembro de 2009
O sebo
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
O peso
rasgar toda dor colossal.
todas correntezas do sofrimento.
qualquer expressão na face.
o intruso que o repara silencioso.
se acalme com o tempo.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Meu lado!
Tenho na alma a feminidade
a delicadeza das Adélia, Cora, Clarice.
Toda são sombras que me seguem
na calada dos meus pensamentos.
Ganham vida na forma de versos
como menstruação da alma.
Escorrem por entre a ponta da caneta
sujando o papel com versos.
Versos menstruados de sensibilidade
que minha mente pode traduzir.
Desta forma, vou escrevendo-as
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Cartas sem destino...
(Garance Doré)
Querida Elnora,
Nesse tempo de distância aprendi o significado da palavra saudade.
Mude seu significado mandando um recado.
Não é o tormento da tua ausência que me aflige, mas, o silêncio da tua falta que enlouquece, e a essa ausência ainda não aprendi o significado, muito menos algum derivado para substituir o que se chama de carência.
Realmente, sinto carência das caricias notívaga que furtava meu sono.
Na beira da cama projetávamos nossos planos firmados com beijos e abraços. A ausência que é palavra para você, simboliza em mim a falta do cheiro do café nas manhãs. É a falta de lábios exalando a menta da pasta dental, é a reclamação do impulso em querer-te beijar com gosto de hálito noturno.
E agora o que faço se o sinônimo de ausência virou saudade.
(Alan Félix)
domingo, 1 de novembro de 2009
Horas
Não tenho tempo para o tempo.
Meus minutos são preciosidade no seu calendário.
O meu diário tem folhas em branco
que o tempo pinta com as horas.
E o pensamento do futuro consome com traça,
qualquer escrito impresso na hora de ontem.
E as datas morrem na inércia de minha mão,
revelando o tempo da minha hora.