A ave-bala voou perdida
atravessando os mirantes
e pousando na cabeça da menina.
De qual gaiola k-47
fugiu aquela ave-bala arredia
que voou sem direção
fazendo da cabeça da menina
seu ninho de atormentação.
Corpos concomitantes
na volúpia da dança.
No soar fino do violino
emerge o ardor da carne.
O entrelaçar da luxúria
no espasmo do passo.
Dois corpos dialogando
nas carícias dos sapatos.
O desejo febril dos dançarinos
no gozo tácito dos aplausos.
(Alan Félix)
ficou a umidade
na minha face.
Daquele toque de orvalho
dos seus dedos
nos meus lábios sedentos
sobrou o refresco amado.
Do seu afago molhado
na minha face
senti aquele frio
do fim de março.
(Alan Félix)
p.s: poema dedicado a Diana (Dica), por ser mais uma louca-compulsiva-viciada por escrever, adorei te conhecer "roxa".
Sou a nome apagado
daquele verso
que escrevi na tarde
de céu damasco
Na beira daquele
rio límpido
em que refleti a minha face
mais feroz.
(Alan Félix)