sábado, 27 de fevereiro de 2010

Benjamim


Beija mim

beija a mim

beijamim

beija-me

lábiosde carmim

beijameuslabiosdecarmim

jaz em mim! já és minha

jaesmim beijaa mim bemjamim.

(Alan Félix)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Perdas & Ganhos


Areia do destino
desenha nosso encontro,

minha mão traça seu corpo angelical,

anjo terrestre
perdido em grão de tristeza.

Afinado com meu dedo
vou te resgatando

da letargia da praia morta
do inverno rigoroso,

montando mosaico das suas tramas empoeirada.

O derradeiro rasgar
das minhas unhas na sua rocha,

renasce no seu coração
todo ponto luminoso acinzentado

daquela erosão emotiva no seu pulsar amoroso.

A erupção
do meu toque sensível,

modela suas perdas e ganhos,

se ligando feito teia
unindo nossas vidraças esmagada num beijo.

(Alan Félix)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Marina


para Marina Sena

Sete mares no cosmo,
a única praia mansa para mergulhar é ela.

A marina de cais seguro
que atraco minhas emoções solúveis.

Desmanchando feito espuma
em suas mãos de alga.

Materializo feito sumo
que alimenta seus pensamentos marinho.

Tal ancora fere
seu coral de sensação.

Deixando marca corroída
na areia da verdade.

Você enquanto onda se desfaz
na praia.

Pequena marola
de sentimento conturbado.

Embora cansada
chegue ao continente.

Molhe
seus pés pesado da vida.

Ainda é sereia rainha
marina.

Que emerge
no recife dos meus olhos.

(Alan Félix)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Conversa do Divino


Quando o velho Chico
conversar com o São Pedro pra mandar a chuva cantar,
o sertão não ficará mais em silêncio.

Ouvirão o canto da fartura nas terras longínquas do litoral.


(Alan Félix)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Confissões de Millena


O meu corpo natural desfila pela casa, uma passarela sem tapete vermelho até minha cama. A toalha desfalece do meu corpo úmido, e consola o chão. Deito na cama, a cabeça como um pêndulo para fora da cama. Oscilando livremente com a gravidade chamando o cabelo cacheado ao seu encontro. A perna entreaberta formava um ‘M’. A mão escorria pelo meu corpo na busca de vales perdidos. O dedo ia lendo cada centímetro de pele, arrepio e frenesi. E um choque entre o dedo indicador, indicando os espasmos que ocorreria naquele exato momento.

Clitóris reluzente.
Um indicador faminto.
A satisfação de uma mulher.

Num descontrole das sensações, o pensamento me visitou, e dessa vez Bianca tornou-se intrínseca nele. O dedo fazia movimentos leves, dançava como uma borboleta negra num vento avassalador. Dava volta ao mundo em 20 segundos, num giro macio de 360 graus de simples luxúria. Em alguns momentos um toque mais firme e vigoroso. A boca expelia os gemidos do pecado. A cabeça não mais oscilava, expressava como uma máscara grega toda reação que uma mulher caçando o gozo poderia interpretar. O inesperado ocorreu.
O celular tocou aquela canção chata!

Abraços primaveris,

Millena

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Mudanças


Ela muda com as estações:

Beijo de primavera,
florindo nos campos dos
lábios.

Abraço de verão,
no encontro dos sóis no aperto
dos corpos.

Carinho de outono,
nos tom marrom da
aproximação.

Olhar de inverno,
na distância das palavras
congelada.

(Alan Félix)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mal Amado


Quando o amor cair de velho
do coração.

E fragmentar-se ao chão.

Lembre-se que o tempo
envelhece e mata.


(Alan Félix)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sonho de Carnaval

para Rê Rezende

Desfila o bloco
dos teus beijos
na avenida da minha boca.

Vibra o meu coração
com o trio-elétrico
da tua paixão.

Perco-me no circuito
do teu corpo.

Permita que a EVA dos meus sentimentos aflore
no Campo Grande do teu coração.

(Alan Félix)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Só Eu e Você


para Rê Rezende

Aconteceu
Em meio àquele mar de gente eu vi
Aconteceu
Nossos olhares se cruzaram eu vi
Aconteceu
Meu coração logo bateu mais forte por você

Você me deu
Aquele beijo que parou o mundo e se perdeu
Cada segundo se tornou maior e eu tão só
Até meu bloco na avenida se entristeceu

Você e eu
Logo senti que havia algo mais
Você e eu
Um beijo e um grande amor se faz
Você e eu
Meu sentimento vai além de qualquer carnaval

Um beijo seu
Foi o suficiente pra o meu corpo se render
E o seu sorriso de depois me fez compreender
Difícil te esquecer
Meu carnaval jamais será o mesmo sem você
É infinito o querer

Quando o meu Eva passar
E a avenida te receber
Meu fevereiro vai ser tão lindo
Só eu e você

Valeu a pena esperar
O ano inteiro só pra te ter
Nosso encontro foi tão bonito
Só eu e você

(Banda Eva)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Alvorada do Amanhecer


Na alvorada do amanhecer,
chegou com os pássaros que migram do norte,
invadindo o latifúndio do coração.

No cio que eclodi o chão (fundiu-se),
ergueu-se feito árvore na imensidão,
lambendo o telhado do céu.

Adentrou a crosta da noite,
enraizando nas estrelas trapezista
as fibras do timbre da aurora.

Com as nuvens costurou um vestido,
vestindo o fim da tarde,
adornando o anoitecer com brilhante.

Quando o olho do céu
lacrimejou a chuva na amplidão
e as lágrimas romperam a cortina do azul.

O chão embriagado vomitou,
tombando a árvore no terreiro do amanhã
fez-se do coração um rio.

(Alan Félix)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Saudades de Mim


Quando encontrar apenas
labirinto – de mim.
E si perderes no desatino
do meu caminho.
E não saberes
o quão longe é o mundo.

E apavorares
nas bifurcações da minha solidão.
Não grite meu nome,
pois outrora já o esqueci
jogado numa encruzilhada
da minha vida.

Não preciso de nome
nas vias onde corri,
o tempo me clama
por pronomes que não ouvi.
E se queres de verdade
achar-se – em mim,

Procura-me em lugares
que não me vi.
Talvez meus olhos
agora de mármore
Seja passagem
para o que procuras.

Adentra nas cavernas
ainda obscuras
em quê minha alma
resiste em seguir.
Encontre-me em passos
que levaste-me de mim.

Quando sentires
a fragrância de mim
lembre-me dos perfumes
que moras – em mim.
Recolha nos cheiros
que nunca senti,

Aromas que carregue-me
para ti.
Quando não encontrares
á mim
E teus passos
não te ergam para ruas

Que queres
morar em mim.
Quando a saudade
apareceres para mim,
lembres que um dia me perdi - em mim.


(Alan Félix)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Canto da Saudade


É saudade da carne
em ocupar os vãos vazios
da casa-corpo.

Guarda-te
os panos branco da saudade
que forram os móveis da sua pele.

Deixa a abstinência
do quarto para mais tarde.

Permita meu sexo
deitar na cama da sua vagina.

(Alan Félix)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sobre Equilíbrio


Depus num fio de suspiro
tudo o que me equilibrava.

E dei-me a andar em fios
leve de insegurança.

Tal como corda de piano,
partiu.

Tudo que me condensava voou
no emaranhado de fios cacheados do vento.

Disperso em parte que nunca tive,
nunca mais equilibrei,

nos nós de suspiros que me
estabilizavam dentro de mim.

(Alan Félix)