quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cartas sem destino.



Querida Elnora,

Ao longe através da janela vejo o céu brincando com os espectros das cores, abaixo observo casa, luzes e a escuridão.
A primeira estrela germina no anoitecer.
A nossa antiga casa nos contempla nessa noite, você voltou a perfumar os cômodos trazendo vida para as velhas fotografias.
Por uma noite a rotina pretérita fez-se cotidiana, a conversa, o abraço, o beijo, você em mim, eu em você na cama desértica.
Acredite por essa noite você tornou-se o melhor abrigo que poderia existir em três meses de exclusão da sensação de bem-estar que alguém poderia causar. Lógico, isso seria imprescindível, pois conhece cada centímetro do corpo que bebeu.
Embriaguei-me no vinho seco que é você.
O melhor é que amanheci sem ressaca, o coração tagarela zumbia forte ao abraçar-te na despedida, tenho nos meus olhos seu corpo fotografado.

(Alan Félix)

3 comentários:

  1. Que Elnora é essa que tem em toda a vida de pessoa que sente saudade.
    Uma Elnora que vai embora... Talvez daqui a mais três meses ela apareça de novo e te faça feliz.

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  2. Elnora pra sempre irá persegui-lo, você querendo ou não.. Por ser criação sua, só sua.

    Mais uma vez linda.
    Suas cartas merecem um livro.

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