quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cartas sem destino...


Querida Elnora,

O dia está ensolarado como o campo de girassóis daquela cidade que andávamos nas tardes de céu damasco. Nesta noite tive um sonho. Sonhei com você beijando meus lábios de gardênias, e um perfume exalava de sua boca aromatizando meu corpo, pintando o espaço vazio do meu sonho com as cores do perfume que desprendia da sua boca. De repente, o céu tornou-se uma miscelânea de perfumes, cheiros, aromas e cores. Bailávamos como vento das pétalas de cerejeiras. E voamos pelos ares como idéias soltas do nosso pensamento. Acordei, e num gesto forte de quem nasce do sono, gritei por seu nome. As paredes do quarto estremeceram, os porta-retratos se assustaram. E quando percebi a vizinhança acordou. O bairro acordou. A cidade acordou. O mundo acordou. E todas as palavras adormecidas nas linhas das paginas quentes, acordaram, vieram ao meu consolo. O mar de palavras envolveu meu quarto, tatoou meu corpo com seu nome. E o seu nome gritou em minha pele, e aquele arrepio ergueu-se como torre. A torre foi meu alicerce para subir o mais alto que pudesse. E escrevi no céu meus dizeres para você, com um cometa que pairava ali. E as estrelas formaram letreiros luminosos, parecia vaga-lume caçando seu lume, seu olhar. E acordei com o relógio apitando 07 horas.


(Alan Félix)

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