segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

CARTA A BAUDELAIRE


Querido Baudelaire,

Hoje não me embriago de vinho, poesia e virtude. Hoje me embriago de vicio: nicotina e cafeína são isso que compõe minha escrita. As minhas virtudes se transformaram em imoralidades e há quem julgue meus atos. Hoje sou trabalhador, não tenho muito trocado para mulher e a minha arte. O dinheiro que sobra, eu compro cachaça e vinho barato. A poesia não se houve mais nas ruas e nas praças, existe outra palavra que não expressa nenhum lirismo. Outro dia quando recitei sobre as bucetas e as masturbações me encarceraram. Caro, Baudelaire hoje ninguém quer embriaga-se de poesia, virtude e vinho, querem outras drogas mais pesada para entorpecer os sentidos.


Alan Felix. Uruçuca-BA, 23/04/13.

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