Querido
Baudelaire,
Hoje
não me embriago de vinho, poesia e virtude. Hoje me embriago de vicio: nicotina
e cafeína são isso que compõe minha escrita. As minhas virtudes se
transformaram em imoralidades e há quem julgue meus atos. Hoje sou trabalhador,
não tenho muito trocado para mulher e a minha arte. O dinheiro que sobra, eu
compro cachaça e vinho barato. A poesia não se houve mais nas ruas e nas praças,
existe outra palavra que não expressa nenhum lirismo. Outro dia quando recitei
sobre as bucetas e as masturbações me encarceraram. Caro, Baudelaire hoje
ninguém quer embriaga-se de poesia, virtude e vinho, querem outras drogas mais
pesada para entorpecer os sentidos.
Alan
Felix. Uruçuca-BA, 23/04/13.