O
prato predileto sobre a mesa e ninguém para dividir o sabor, o aroma, a
conversa. Todos os dias são monólogos monótomos com a solidão. Acendo o cigarro
cortinando com fumaça a companhia de ser só. A mesa de jantar com lugar para
quatro pessoas: uma ocupada por mim, outra serve de cabide para toalha molhada,
a segunda serve de descanso para os pés, e a última coloco o liquidificador. A
televisão ligada, sintonizando algum canal para artifício do preenchimento do
silêncio. O tédio de viver sozinho é ter que conviver com um silêncio
horizontal que corta o basculante. Em transe vasculho as espirais da casa,
deparo com janelas e escapatórias para outra vida. Debruço sobre a varanda
espaireço na rotina do ar. Absorvo-me em ilusões, enceno diálogos, teatro
sorrisos de paraíso, me colho nos sonhos de seus braços.
Alan
Felix.
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